sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Esta semana aprendi o quanto é fácil contentar o Tuga: uma queda em directo e temos o país a reluzir de felicidade, a estrebuchar de contentamento, a esquecer a crise, o défice, o orçamento e, sobretudo, a pequenez que, somada, leva confrangedoramente a este estado alarve ao qual nos fomos placidamente acomodando. Ao ter caído no programa da Sic, Ídolos, levei a casa de cada um de nós um pouco de esperança, de luz, da ambição há muito perdida. Ainda coçando a careca que embateu no chão, e sob os holofotes cáusticos do povo de gengivas abertas, já eu me apercebia de que a miséria humana dos outros leva cada qual a sentir-se maior e mais poderoso ainda que por breves instantes. Valha-nos a net, o Youtube, o Facebook e afins."

A Babel reúne em Crónico, as crónicas que Pedro Abrunhosa publicou desde 2009, em algumas revistas de referência. O mote comum a todas elas é a capacidade do seu autor se rir de si próprio, iniciando o livro com um texto inédito sobre o famoso trambolhão na gala dos Ídolos. Depois com uma lucidez cortante, desmonta alguns dos tiques dos portugueses expondo toda a nossa “risibilidade”, “Nada é para levar a sério. Muito menos nós próprios”, escreve.






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